segunda-feira, 3 de maio de 2010

Sexo contra a hipertensão
O poder mobilizador de uma frase de efeito


Se o ministro não tivesse falado em sexo, provavelmente o lançamento da campanha nacional de combate à hipertensão mereceria uma notinha de pé de página nos grandes jornais.



– O ministro disse muita coisa importante. Acho que poderíamos bolar um título sobre o aumento do número de casos de hipertensão ou então...

Em geral, o operário da notícia nem consegue concluir a frase.

Na segunda-feira, O ministro da saude recomendou sexo contra a hipertensão. Os jornalistas voltaram às redações com um bom título na ponta da língua. O Brasil fala de sexo e Hipertensão

“Foi uma jogada de marketing ? ou aquela ideia repentinas?

Seja com For valeu!

Graças ao ministro, O Brasil hoje reflete, A hipertensão é o principal fator de risco para o surgimento de várias doenças graves. É responsável por 80% dos AVCs e por 40% dos infartos (as duas principais causas de morte no país). A hipertensão também causa 40% das insuficiências cardíacas e 37% das insuficiências renais.

A proporção de brasileiros que recebeu diagnóstico de hipertensão cresceu de 21,5% (2006) para 24,4% (2009). A quantidade de hipertensos que sequer desconfia do problema é muito maior. Calcula-se que existam no país 33 milhões de pessoas com a doença.

O primeiro grande desafio das autoridades de saúde é convencer os cidadãos a adotar hábitos saudáveis que as mantenham livres do fantasma da hipertensão (pressão arterial acima de 12 por 8). Diminuir o sal da comida é um dos passos mais importantes. O brasileiro adora despejar o saleiro sobre a comida. Além disso, os alimentos industrializados (salgadinhos, temperos prontos, caldos etc) são verdadeiras bombas de sódio. Os brasileiros precisam saber o que estão comendo e a repercussão dessas escolhas sobre sua saúde. Não basta checar o prazo de validade dos alimentos, é preciso aprender a analisar as informações nutricionais e entender o tamanho do estrago que determinados itens provocam.

O segundo grande desafio é convencer os hipertensos a tomar remédios. A doença não dá sintomas até começar a provocar graves danos. É fundamental que os hipertensos tomem antihipertensivos mesmo quando não sentem nada de errado. E que os não-hipertensos não engrossem essa massa de gente fadada à dor e à morte precoce.

Você? Concorda com o conselho do ministro? Acha que sexo faz bem à saúde? Tem feito alguma coisa para prevenir a hipertensão?

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